Empresária fatura R$ 10 mil aproveitando o sol da laje e o bronzeamento natural

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Marquinha perfeita custa de R$ 60 a R$ 100

Personal Bronzer: Alexandra Melo usa uma fita isolante própria no bronzeamento natural

“Vá. Eu fico aqui, dessa porta pra frente só entra mulher”, diz Fábio Magalhães conduzindo a reportagem a uma portinha discreta que acessa uma laje. O lugar, de frente para a praia da Boca do Rio, tem cerca de 100 metros quadrados e dez macas de madeira espalhadas. Em cima delas, mulheres seminuas: jovens, cinquentonas, tatuadas, de bunda para cima e para baixo.

Em comum, todas usam um biquíni inusitado, feito de fita isolante branca. O objetivo de todas elas é tatuar no corpo a marquinha de biquíni perfeita. O serviço é oferecido por Alexandra Melo, que viu na venda da marquinha de biquíni uma oportunidade para empreender. Ela diz faturar R$ 10 mil por mês com o negócio.

O CORREIO Empregos & Soluções inicia nesta edição uma série especial com reportagens sobre as oportunidades que o Verão oferece para quem quer empreender e aproveitar as oportunidades da alta estação. E a primeira conta a história da Salvador Bronze.

O empreendimento funciona desde fevereiro. Para abrir as portas, Alexandra – que, pasmem, está com a marquinha desbotada – diz que uniu os seus conhecimentos de esteticista com o dinheiro que tinha sobrando e a carência que viu no mercado de bronzeamento local. Perguntada sobre o surgimento da técnica, ela acessa o seu acervo mental de historiadora – ela também é servidora pública – e diz que as lendas são muitas, mas que, pelo que estudou, o ‘bronze natural’ saiu de Goiás, estado que não tem litoral. A fita isolante foi ideia das cariocas. Mas,  em Salvador, por que isso daria certo, ainda mais de frente pro mar?
“Se você for à praia, vai usar o biquíni de pano e ele passa o calor através da própria fibra, o que dificilmente vai deixar a marca certinha”, explica.

As malandras

Na  sexta-feira (10), os totens espalhados por Salvador diziam que a temperatura ia de 30° a 35°. Na laje de Alexandra, a costureira Zilva Pinheiro, 55 anos, chamava a assistente de bronze com frequência. Rose Santana, 29, sempre chegava coberta da cabeça aos pés – ela não é nada fã do sol – com uma água, suquinho, ou com uma demão de parafina bronzeadora com urucum, chocolate, canela ou amêndoa. Zilva foi de ‘bonde’ com duas amigas e estava ouriçada depois de ganhar uma cor. “Eu era branquinha, vou lá no espelho olhar como ficou”, disse e correu com o seu biquíni fio- dental.

Os modelos de marquinha vão além do à la carte (tradicional e cortininha). Se a cliente estiver saudosista dos anos 80 e quiser um asa-delta, por exemplo, é só levar o biquíni de pano que Alexandra faz com fita no tamanho certinho. Os preços são fixos para os formatos, mas mudam de acordo com o dia da semana. De segunda a sábado, a sessão custa R$ 80; aos domingos e feriados, R$ 100, e na quarta fica por R$ 60.  Se quiser fechar o pacote de três sessões, a cliente tem desconto e paga R$ 180.

Foi o que fez Leila Reis, 30. Ela saiu do Cabula para a sua primeira sessão de bronze natural e, por gostar do resultado, já reservou mais duas idas. “Eu fiquei  1 hora e estou com marquinha. Se eu for na praia, passo dois dias e não fico”, fala. Alexandra explica que como a pele da enfermeira é clara, 1 hora e 10  é o tempo ideal de bronzeamento, mas tem algumas clientes que já “ficam top” só com uma sessão.

As horas de bunda para cima também dependem do clima na cidade. Para não ter erro, depois que a cliente faz o agendamento, a personal bronzer liga na manhã programada e diz “pode vir” se o céu estiver aberto. Se a chuva for anunciada, ela deixa a cliente em espera. Se uma nuvem aparece no meio da sessão, a cliente espera pois só sai de lá bronzeada.

DICAS DO SEBRAE PARA EMPREENDER NO VERÃO

Diferencial Bebidas refrescantes, moda praia, sorvetes e picolés. Isso tudo faz sucesso no Verão, mas existem muitos por aí. Incremente algo especial para fazer a diferença e se destacar.

Estruturada  É Verão, mas e se chover em um dia de janeiro? Caso o negócio seja ao ar livre, é importante que ele esteja estruturado para esses acontecimentos inesperados.

Tendências  No Hemisfério Norte, por exemplo, o Verão já passou. Pesquise quais foram as tendências do lado de lá. Quem sabe você não encontra uma boa ideia que possa ser adaptada para a realidade local.

Redes sociais Invista naqueles posts que falam sobre a chegada do Verão. As pessoas vão associar. a sua marca à estação e podem te procurar.

Invernou A estação vai mudar mas o empreendimento tem que continuar. Com um plano de negócio será possível estruturar como se manter ao longo do ano. Invista nisso e fique firme.

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Alex de Brito Limeira é jornalista e escritor. Esteve sete vezes entre os melhores novos escritores do país em concursos literários promovidos por casas editoriais de São Paulo e Rio de Janeiro. Em Abril de 2011 lançou o romance O Crime da Santa. Foi repórter no jornal Folha do Maranhão do Sul, em Carolina – MA; Instrutor autônomo de redação discursiva e dissertativa. Em Fortaleza dos Nogueiras é pioneiro na comunicação social - jornalismo, ao fundar, editar e apresentar o Jornal da Cidade, na rádio Cidade FM de 2003 a meados de 2004. Foi âncora do Jornal da Cidade na antiga TV Cidade, editor e apresentador do jornal de mesmo nome na Rádio Cidade FM. Fundou a Gazeta Sul Maranhense (Fortaleza dos Nogueiras e região) e o site Gazeta OnlineG, que está em plena atividade. Em dezembro de 2022 torna-se um dos vencedores do desafio de criação de micro contos com o limite máximo de 150 caracteres e passa a compor a coletânea SEJA BREVE, SENÃO EU CONTO da Editora Oito e Meio de Flávia Iriarte - Rio de Janeiro.