Brasil está entre os países mais desonestos do mundo, diz pesquisa

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Teste para honestidade cívica: Foram distribuídas 17.303 carteiras em 40 países. Nelas haviam dinheiro, cartões identificados com nome, profissão e e-mail em parte externa, além de uma chave e lista de compras. (foto: © Reprodução)

Se você encontrasse uma carteira cheia de dinheiro no meio da rua, o que você faria? Uma pesquisa (íntegra) realizada por universidades dos EUA e da Suíça, publicada pela revista Science, distribuiu 17.303 carteiras em 355 cidades pelo mundo –com ou sem dinheiro. O objetivo? Medir a honestidade cívica das pessoas.

O resultado elegeu a Suíça como o país mais honesto e a China, o mais desonesto. O Brasil ficou em 26º lugar. Na frente do território brasileiro estão a Argentina (18º), Portugal (20º), EUA (21º), Reino Unido (22º) e Chile (25º). Eis tabela completa:

O estudo foi realizado ao longo de 3 anos. As carteiras, tinham, além de dinheiro (quantia de acordo com o poder de compra do país respectivo), cartões identificados com nome, profissão e e-mail em parte externa, além de uma chave e lista de compras.

Detalhe: O material das carteiras era transparente, sem que fosse necessário abrí-la para ver os dados do dono. (foto: © Reprodução).

Em todos os casos em que as pessoas entravam em contato para devolvê-las, eram enviadas mensagens agradecendo o esforço e dizendo para que o dinheiro fosse doado para instituições de caridade ou que ficasse para a pessoa.

As principais conclusões foram:
  • Quanto mais dinheiro nas carteiras, maior o número de devoluções;
  • Mais comum devolverem carteiras com dinheiro (51% dos casos) do que sem dinheiro (40% dos casos)
  • A taxa de devolução elevou para 72% contra 61% nos  nos países EUA, Reino Unido e Polônia quando os valores subiram;
  • Os motivos para devolução de carteiras com mais dinheiro são: preocupações a imagem de ladrão e por considerar o objeto valioso para o proprietário por conta da chave;
  • Haviam mais tentativas de  devoluções em lugares com menor nível de corrupção, como em países escandinavos.

Assinada pelos representantes Alain Cohn, da Universidade de Michigan (EUA); Michel Maréchal, da Universidade de Zurique (Suíça) e Christian Zünd, da Universidade de Utah (EUA), a pesquisa relacionou a honestidade cívica à incentivos materiais, ou seja, à medida que o valor monetário aumenta, o fator desonestidade cresce.

O altruísmo também foi avaliado como diretamente proporcional à desonestidade. Para o estudo, a preocupação com o próximo normalmente é menor do que com a própria.

“O interesse próprio praticamente sempre domina as preocupações pelo bem-estar dos outros” 

No Brasil

As cidades brasileiras Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza, São Paulo e Manaus receberam ao todo 400 carteiras. O número de devoluções ficou próximo da média mundial.

 

 

 

Poder 360 com edições de imagens e legendas de Gazeta OnlineG

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Alex de Brito Limeira é jornalista e escritor. Esteve sete vezes entre os melhores novos escritores do país em concursos literários promovidos por casas editoriais de São Paulo e Rio de Janeiro. Em Abril de 2011 lançou o romance O Crime da Santa. Foi repórter no jornal Folha do Maranhão do Sul, em Carolina – MA; Instrutor autônomo de redação discursiva e dissertativa. Em Fortaleza dos Nogueiras é pioneiro na comunicação social - jornalismo, ao fundar, editar e apresentar o Jornal da Cidade, na rádio Cidade FM de 2003 a meados de 2004. Foi âncora do Jornal da Cidade na antiga TV Cidade, editor e apresentador do jornal de mesmo nome na Rádio Cidade FM. Fundou a Gazeta Sul Maranhense (Fortaleza dos Nogueiras e região) e o site Gazeta OnlineG, que está em plena atividade. Em dezembro de 2022 torna-se um dos vencedores do desafio de criação de micro contos com o limite máximo de 150 caracteres e passa a compor a coletânea SEJA BREVE, SENÃO EU CONTO da Editora Oito e Meio de Flávia Iriarte - Rio de Janeiro.