Parlamentares debatem acerca de escola da Muriçoca com a presença da secretária de educação

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Os vereadores também relataram sobre transporte escolar e as visitas realizadas nas secretarias

Na sessão da câmara de vereadores de segunda-feira (05) os parlamentares discutiram mais uma vez acerca da escola Pedro Alvares Cabral, do povoado Muriçoca. Os vereadores receberam alguns moradores da comunidade e a secretária de Educação, Maria José Costa de Sousa. Ela deu sua versão sobre o que aconteceu e afirmou que devolverá os computadores e demais bens, mas “por sua vontade”, pois sua assessoria jurídica disse que ela poderia não devolver, pelo fato de que na escola não estava sendo usado e eles seriam aproveitados em outra escola que estava precisando.

Vicente representando a comunidade Muriçoca

A comunidade Muriçoca se manifestou através de Vicente, que afirmou: “Todo mundo tem direito de errar, mas todo mundo tem direito de corrigir seu próprio erro”, em se tratando dos materiais que foram retirados da escola. “Materiais para um colégio que pode desenvolver aquela comunidade e depois ser levado sem nenhuma explicação, como se a gente não fosse ninguém naquela comunidade, como se a gente não tivesse um pequeno valor”.

O presidente da câmara passou às mãos da secretária um requerimento aprovado por unanimidade, que solicita a devolução dos materiais. E no que concerne à utilização dos computadores, a comunidade comprometeu-se a arcar com o instrutor para que as máquinas sejam operadas.

A secretária Maria José, disse que quando esteve na localidade em uma reunião com os pais foi relatado que o número de alunos era incondizente para manter o funcionamento da escola. “Nesse dia tinha oito alunos matriculados”, informou a secretária. “Vocês sabem o quanto saem do recurso, do orçamento. E nós temos uma quantia de 10 a 12 alunos por professor; se tiver 8, 7 alunos fica difícil para o município pagar o professor por esta quantidade”.

Os pais então informaram que o número de alunos seria maior, pois mais famílias tinham chegado na comunidade. “Hoje se encontram 14 alunos matriculados”, disse Maria José. “Nunca foi falado que era para fechar a escola. Se não tivesse aluno suficiente teria que ir para a escola do Cajueiro, pois como funcionar uma escola com 7 alunos? Mas apareceu os alunos e ninguém falou mais em fechar a escola”.

Acerca dos materiais que foram tirados da escola a secretária informou que não estavam em funcionamento. “Carteiras empilhadas desde 2017 sem serem utilizadas; os computadores nunca foram usados, se acabando; inclusive um já recebi queimado”.

Maria José afirmou que “quando assumiu a secretaria de educação nunca havia sido colocado internet na região. Colocamos internet e mandamos formatar todos os computadores. Ninguém tocou, ninguém usou”.

O vereador Magno (PDT) foi enfático e ao mesmo tempo apelativo ao pedir que a secretária devolva os materiais para a escola. “Ao invés de tirar os computadores da região, pague um instrutor. Não vai fazer diferença [valor pecuniário] para o município duas vezes por semana, 8 vezes por mês”, disse o parlamentar. “Eu acho injusto quatro computadores tirar da região que nem a Muriçoca, tão necessitada. Eu acho que se você olhar com bons olhos e abrir seu coração, você vai devolver esses computadores. Isso aí é coisa simples de resolver. Agora dizer que só porque tem 8, 14 alunos não têm direito de aprender, porque os computadores têm que ir para uma escola que tem mais alunos. Se a escola tivesse 5 alunos, tinham o mesmo direito de aprender de uma escola que tivesse 250 alunos”.

“Esse problema da Muriçoca será resolvido”, acredita o vereador Gesmar Nogueira (AVANTE). “Essa é uma decisão que envolve muita gente, envolve a comunidade, a câmara de vereadores e o gestor. Acredito que ele vai ter consciência e, a secretária mais ainda. Isso vai ser resolvido”.

O parlamentar também mencionou o livro de autoria do professor Djalma do Nascimento Sousa, lançado no sábado (03), que tem dado muito repercussão e gerado os mais diversos tipos de opiniões e questionamentos. “Neste livro não conta a verdade, não conta a história do município. Ele usou o livro para falar mal das famílias tradicionais de Fortaleza. Família Macedo, família Braúna, família Passarinho, família Arruda, Família Nogueira. Ele só pegou o lado ruim, ele não usou o livro para contar a história do município, porque aqui não tem 10% da história de Fortaleza”.

Gesmar mencionou alguns trechos do livro, a começar pela família Macedo. “Ele cita a matriarca da família, D. Toinha como a pessoa melhor do mundo e ao mesmo tempo critica a família dizendo que esta usou a bondade da mulher para chegar ao poder e se enriquecer na política. É um absurdo”. “Ele cita aqui história da família Braúna, de casamento arranjando, daquela menina que casou com o rapaz para ser prefeito, uma coisa que não tem nada a ver com a história do município. Ele conta história aqui do ex-prefeito Aleandro, coisa pessoal do rapaz, da vida íntima. Que livro é esse? Quem quer saber disso? Queremos saber é a história do município; como foi criado, quem foi o autor da carta magna do município, do hino do município; conta a história que tem fundamento”. E arrematou: “Eu particularmente vou procurar os meios que a lei me confere para ele provar o que disse no livro”.

O mais estarrecedor citado pelo parlamentar é quando ele se refere ao prefeito Luiz Natan como frio, calculista e aleijado. “Palavras que o define: frio, calculista e sem remorso. Era mesmo um aleijado. Olha a palavra pesada. Usa outra forma escritor. Você está sendo muito cruel com as pessoas de Fortaleza dos Nogueiras lançando um livro desse contando só mentira”.

O vereador Renato Arruda (PDT) entende que “uma prefeitura que não pode comprar dois ou três computadores e carteiras, pode se enterrar, porque o município não está servindo para coisa nenhuma”. Ele também observa “que só computador não ensina ninguém a trabalhar. Tem que colocar instrutor”. E disse ainda que “a comunidade tem de ver o que é melhor”, pois “estamos do lado de vocês”. Renato falou também acerca do acesso para Muriçoca. “Não tem estrada”. “O Natan disse que vai fazer”.

O parlamentar disse que o prefeito Natan está mal assessorado. “O gestor tem boa vontade de fazer as coisas, mas está mal assessorado. Tem secretário aí que não serve nem para limpar chão. Tem secretário que veio para enterrar o Natan vivo, e ele não merece, pois é um cara do coração bom, não persegue ninguém. Então eu me preocupo, pois quem não quer que o município dê certo? Todos nós queremos. Então tem que trocar esses secretários, botar pessoas que tenham responsabilidade com o município”.

Joilma Santos (PDT) enunciou em sua fala acerca da visita à Muriçoca, enfatizando como encontrou a escola Pedro Alvares Cabral e os pedidos que a comunidade fez, tais como pontes, reforma da escola, poço artesiano. “Fizemos as indicações, vamos encaminhar para o gestor. E o que cabe à nossa secretária ela vai providenciar. Tenho certeza que eles vão olhar com bons olhos e vão atender todos os pedidos de vocês”.

Assim como os demais parlamentares, a vereadora pediu que a secretária devolva os matérias para a escola.

O vereador Carlos Zoel – Cazoel (AVANTE) também pediu que a secretaria devolva os materiais para escola. “Tenho certeza que você vai atender nosso pedido, o pedido da comunidade”. Solicitou também que seja feita uma dispensa de licitação para fazer um mine poço na localidade Muriçoca. “Com certeza você vai pensar bem, e se aparecer recurso, você vai mandar para lá”.

Pediu ainda que “no próximo ano não exista mais problema de estrada, principalmente onde carrega alunos”. Eu sei que dá para fazer, sei que tem como fazer, mas é como já foi dito: tem secretário, que veio para destruir a gestão”.

Cazoel reportou-se também ao transporte escolar falando sobre o estado dos ônibus ao mencionar veículo com “para-choques arrancados, traseiros, dianteiros; ônibus quebrados, ônibus tombado dentro de buraco”.

Ronaldo Mourão (PTB) disse ao povo da Muriçoca que “estão reivindicando seus direitos e têm o apoio da Casa”. Também retrucou acerca de resposta enviada pelo executivo a respeito da realização de um exame médico especifico. “Disseram que não foi atendido por falta de recurso, mas o material para o exame custa apenas 13 reais. Acho que não é custo para um exame tão importante, pois os casos de infarto estão sendo muitos em todo país e em nossa cidade. Vou procurar o secretário de saúde e o prefeito para tentar colocar, pois a gente sabe que é de grande necessidade. Sabe-se que tem precisa de bioquímico, mas o município tem, é só colocar sobreaviso”.

Falando sobre a visita às secretarias e ao hospital, disse que a diretora Casa de Saúde Ovídia Nogueira se evadiu ao perceber a presença dos vereadores. “Passamos lá pelo hospital, mas quando a diretora do hospital enxergou os vereadores parece que ela correu, ao invés de conversar conosco, a mulher sumiu”.

A vereadora Ana Patrícia (PDT) dirigiu-se à comunidade Muriçoca informando acerca dos cursos que são ofertados no sindicato dos produtores rurais, os quais são totalmente gratuitos. “Os cursos do SENAR, que são cursos técnicos, têm certificado e são totalmente de graça e atende a região de vocês, tanto formação profissional rural como promoção social”.

Ana Patrícia anunciou que em breve irá levar os cursos para a comunidade. “Brevemente eu vou estar lá na Muriçoca, vou levar a lista de cursos, vocês fazem a inscrição, o instrutor vai dar aula lá no colégio para aproveitar ainda mais aquele espaço que está sendo pouco utilizado”.

O presidente da Casa, vereador Edimar Dias (PTB) passou a presidência para a Vice Ana Patrícia enquanto fazia uso da tribuna. Em sua fala afirmou que a secretária está no “tempo de agir” referindo-se a atitude que Maria José deve tomar em relação à devolução dos materiais para a escola. “É o tempo de fazer, por isso estamos cobrando, pois quando esteve aqui cobrou muitas vezes. Juntos fomos parceiros por muito tempo aqui nesta Casa e somos testemunhas da sua cobrança com relação a todas as comunidades, e hoje é o tempo de fazer nós queremos uma resposta exata. Vossa Senhoria não é obrigada a dizer que vai nos atender, só queremos dar uma resposta à comunidade, se vai ser atendida ou não”.

Edimar também falou sobre o transporte escolar enfatizando que desde a primeira vistoria “mudou bastante. Ainda tem transporte do município que está irregular, como tem transporte de empresas terceirizada que precisam ser arrumados. As empresas estão de braços cruzados, não estão preocupadas em resolver os problemas, pedimos que o gestor faça o rompimento do contrato com essas prestadoras de serviço”.

O vereador também relatou sobre as vistorias que foram feitas nas secretarias. “Não tem ação em nenhum departamento e, eu quero atribuir isso ao gestor, porque ele é quem tem a caneta, tem poder na mão, ele é quem exige de seu funcionário que cumpra a tarefa”.

 

Após ouvir todos os vereadores e a comunidade, a secretária Maria José garantiu devolver os materiais para a escola.

 

N.R. ASSISTAM À SESSÃO ORDINÁRIA DA CÂRAMA MUNICPAL DE VEREDORES, QUE ACONTCE HOJE A PARTIR DAS 19H00.

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Alex de Brito Limeira é jornalista e escritor. Esteve sete vezes entre os melhores novos escritores do país em concursos literários promovidos por casas editoriais de São Paulo e Rio de Janeiro. Em Abril de 2011 lançou o romance O Crime da Santa. Foi repórter no jornal Folha do Maranhão do Sul, em Carolina – MA; Instrutor autônomo de redação discursiva e dissertativa. Em Fortaleza dos Nogueiras é pioneiro na comunicação social - jornalismo, ao fundar, editar e apresentar o Jornal da Cidade, na rádio Cidade FM de 2003 a meados de 2004. Foi âncora do Jornal da Cidade na antiga TV Cidade, editor e apresentador do jornal de mesmo nome na Rádio Cidade FM. Fundou a Gazeta Sul Maranhense (Fortaleza dos Nogueiras e região) e o site Gazeta OnlineG, que está em plena atividade. Em dezembro de 2022 torna-se um dos vencedores do desafio de criação de micro contos com o limite máximo de 150 caracteres e passa a compor a coletânea SEJA BREVE, SENÃO EU CONTO da Editora Oito e Meio de Flávia Iriarte - Rio de Janeiro.