Danças e homenagens ao Bumba meu Boi marcam início de semana na Câmara

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Famosa tradição folclórica maranhense foi homenageada em sessão solene

Após quase duas semanas de muita tensão e debates provocados pela crise dos caminhoneiros, a semana na Câmara dos Deputados começou com uma importante celebração cultural: a tradição secular do Bumba Meu Boi, que foi tema da sessão solene desta segunda-feira (4/6).

O encontro, promovido pelo Procurador Parlamentar da Câmara, deputado federal Hildo Rocha (MDB-MA), reuniu folcloristas, produtores culturais, parlamentares e representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). De maneira unânime, os discursos reafirmaram a importância do folclore como patrimônio imaterial nacional e símbolo cultural e representativo da resistência, otimismo e superação do povo brasileiro.

A sessão solene foi iniciada com a execução do hino nacional pelo cantor do Boi da Maioba, Marcos Oliveira e o Duo do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal. Ao discursar, Hildo Rocha lembrou as origens religiosas da tradição folclórica, surgida no Maranhão no século 18. “A base cristã não excluiu as influências de matrizes africanas e influências indígenas que o Bumba meu Boi recebeu”, ressaltou o parlamentar.

Hildo Rocha destacou também a importância da sessão solene que objetivou divulgar e preservar a memória cultural do complexo do Bumba meu Boi do Maranhão e homenagear folcloristas que mantém viva a tradição. Um deles, lembrado pelo deputado, foi o artista maranhense Seu Teodoro, falecido recentemente e que fundou o Boi de Sobradinho. Hoje a brincadeira é mantida pelo filho de Seu Teodoro, Guarapiranga Freire.

O emedebista disse que o grupo, fundado pelo folclorista em 1963, é um dos responsáveis por preservar a memória cultural do Bumba meu Boi do Maranhão no Distrito Federal e tornar a tradição mais conhecida na região. “Viva o Bumba meu Boi do seu Teodoro”, entoou Hildo Rocha, seguido de aplausos.

O parlamentar lembrou ainda do seu projeto de lei, em tramitação no Senado, que dá a São Luís o título de capital nacional do Bumba meu Boi. “O projeto de lei já foi aprovado na Câmara Federal e uma vez aprovado no Senado, vamos trabalhar para que o presidente Michel Temer sancione e transforme São Luís na capital nacional do Bumba meu Boi”. Emocionado, Hildo Rocha finalizou seu discurso recitando o trecho da toada Bela Mocidade, dos artistas, Nava e  Donato Silva.

Patrimônio mundial da Unesco

Homenagem ao Bumba-meu-boi: Sessão solene. Hildo Rocha no centro.

Ainda na sessão, a Presidente do IPHAN, Kátia Bogéa, destacou a aprovação da candidatura do Bumba meu Boi ao título de patrimônio imaterial da humanidade. “Para nós, maranhenses, esse é um momento muito importante, porque São Luís já foi reconhecida como patrimônio imaterial. Hoje, o Bumba meu Boi se tornou um complexo cultural que envolve sotaques e elementos regionais, tendo se espalhado por outros estados que adotaram o folclore”, enfatizou Kátia Bogéa.

Regada a muita música, a sessão seguiu com apresentação do grupo do Seu Teodoro e em seguida com a toada do principal cantor do Boi da Maioba de São Luís, Marcos Oliveira , a solenidade foi finalizada sob aplausos entusiásticos.

Participaram também da sessão o presidente do Bumba meu Boi da Maioba, José Inaldo, o Presidente do Conselho de Cultura de Sobradinho, Fernando Alexandre Jacinto da Silva, o ex-secretário de Planejamento, Gestão e Previdência, Fábio Gondin, a deputada federal Érica Kokay (PT-DF), o ex-senador Francisco Luiz Escórcio Lima, entre outras autoridades de Brasília e do Maranhão.

 

 

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Alex de Brito Limeira é jornalista e escritor. Esteve sete vezes entre os melhores novos escritores do país em concursos literários promovidos por casas editoriais de São Paulo e Rio de Janeiro. Em Abril de 2011 lançou o romance O Crime da Santa. Foi repórter no jornal Folha do Maranhão do Sul, em Carolina – MA; Instrutor autônomo de redação discursiva e dissertativa. Em Fortaleza dos Nogueiras é pioneiro na comunicação social - jornalismo, ao fundar, editar e apresentar o Jornal da Cidade, na rádio Cidade FM de 2003 a meados de 2004. Foi âncora do Jornal da Cidade na antiga TV Cidade, editor e apresentador do jornal de mesmo nome na Rádio Cidade FM. Fundou a Gazeta Sul Maranhense (Fortaleza dos Nogueiras e região) e o site Gazeta OnlineG, que está em plena atividade. Em dezembro de 2022 torna-se um dos vencedores do desafio de criação de micro contos com o limite máximo de 150 caracteres e passa a compor a coletânea SEJA BREVE, SENÃO EU CONTO da Editora Oito e Meio de Flávia Iriarte - Rio de Janeiro.