Na primeira sessão do segundo semestre os vereadores debateram acerca do concurso público, que até então ainda não foi chamado os aprovados para assumir os referidos cargos.
A vereadora Maria José (PSD) disse que “sai na rua e a pergunta do povo é: que dia vai chamar os concursados [aprovados]”. Na tribuna a parlamentar explicou que “cabe ao município fazer a homologação do concurso. Se ainda não foi feita a culpa não é dos vereadores, nem das pessoas que passaram, a culpa é sim, da administração”.
Maria José acentuou ainda mais o debate acerca do certame ao ler uma nota do Instituto Machado de Assis – instituição que realizou o certame – que trata do aumento do número de vagas para médicos, mesmo após a divulgação do resultado do concurso.
A vereadora também parabenizou a organização do festejo do padroeiro da cidade, Menino Jesus, realizado entre os dias 28 de julho e 6 de agosto. Mas ressaltou: “O festejo vem para a evangelização e, muitos não participam, só estão na bebedice e prostituição. (…) Acredito que as coisas vão mudar e termina um dia tirando as barracas da frente da igreja”.
Ao iniciar sua fala, o vereador Gesmar Nogueira (PSDB) dirigiu-se ao secretário de Administração e Finanças, Odair Miranda – presente à sessão e falou de sua “decepção” para com o prefeito. “Eu fico extremamente decepcionado, magoado, indignado com o nosso prefeito. Eu digo nosso porque ajudei colocá-lo onde ele está”.
E o motivo do desgosto, diz Gesmar, é que ao inaugurar uma obra “o prefeito fala mal dos vereadores”. “Quando ele vai inaugurar uma ponte que dá acesso ao Raimundo Paca; ao invés dele falar sobre a obra, fala mal dos colegas vereadores. Uns o ajudaram a colocar onde ele está outros não, mas merecem respeito. Acho que não é o momento de ele dizer que não está fazendo mais por perseguição dos vereadores. Ele está sendo mais uma vez injusto, porque nenhum vereador aqui nunca o proibiu de trabalhar, pelo contrário, eles querem que ele trabalhe mais ainda”.
O vereador afirmou que o prefeito tem dito que há algumas licitações paradas porque não dispõem de parecer jurídico, “porque o Gesmar denunciou para tirar todos os advogados”. Ao que o parlamentar disse que é “mais uma mentira dele” e, direcionando-se mais uma vez ao secretário ali presente disse: “Você é testemunha, meu colega Odair; é você quem recebe os ofícios nossos lá. Eu nunca mandei um ofício para ele pedindo pra tirar ninguém, não. Eu pedi a portaria e o nome do procurador do município e, não tendo resposta encaminhei ao ministério público para interceder junto ao prefeito para que ele mandasse o nome do procurador para cá”.
“Ele sabe que quem dá parecer jurídico ou para qualquer outra coisa a nível de Estado e de município é o procurador”.
Gesmar ainda parabenizou a Casa por ter posto o nome de Aristeu Nogueira no plenário. “Ele foi o primeiro presidente da câmara”, informou.
Carlos Zoel (PP) disse que o concurso “já começou errado”, que o prefeito o “fez forçado. Foi preciso denunciar na promotoria. Ele só faz as coisas com denuncia”. “E para chamar está sendo essa dificuldade. Mas um dia chama”.
Cazoel ratificou mais uma vez que os vereadores são eleitos para prestar “esclarecimentos ao povo”. E enveredou acerca da necessidade de fiscalização. “Para que não aconteça como em 2018 com combustível; como em 2017 com horas de máquinas, que diminuiu 60%; material do hospital diminuiu 80%, e em todos os setores” [Aqui o vereador refere-se aos gastos, que na prestação de contas de 2017 para 2018 teve essas deduções].
E finalizando, Cazoel disse que vai continuar trabalhando da mesma forma. “Eu passei as férias em cima, acompanhando todo dia, diminuiu. Eu vou continuar assim”.
Maria José Sousa Silva (foto abaixo) – moradora do povoado Biloura reclamou das condições da estrada que dá acesso à localidade. “Em 2008 o Nogueira fez, mas lá hoje não tem estrada; não tem ponte; a van já escapuliu uma vez cheia de aluno; os meninos estão perdendo muita aula, com risco de ficar reprovado. Nós já viemos reclamar várias vezes; o Riba Rico só fala que vai amanhã arrumar e nada. Situação lá só piorando. Então estou pedindo para cada uma de vocês que conversem com o prefeito sobre isso”.
O presidente Antônio Félix (PSL) ao passar a direção da sessão para o vice-presidente, Gesmar Nogueira, fez uso da tribuna referindo-se a um áudio em que Gesmar abriu em plenário. Sobre este áudio, o vereador Félix disse que foi citado pelo chefe do executivo acerca de ações da Casa. “Eu não quero embate com o prefeito não, mas eu preciso esclarecer ao povo o que está acontecendo. É muito fácil você se defender e acusar alguém. Se ele não está fazendo o processo licitatório é outro problema, não é questão da Casa. Quem dá o parecer dessas licitações é o procurador e já está nomeado”.
E explicou acerca do projeto votado ainda em 2016 a respeito da estrutura administrativa do município para atender a gestão seguinte, que iniciou em 2017. “Esta polêmica todinha diz respeito aos projetos que aprovamos enviados para cá em 23 de dezembro de 2016. Na época elaboramos sete projetos aqui em cima das buchas, como se diz. Mas está aqui a estrutura, ele é quem não está cumprindo a lei. Aqui na estrutura não diz se tem advogado ou assessor, não. Na tabela diz que tem um procurador geral do município, um controlador geral, um assessor e um subprocurador do município. Se ele tivesse conhecimento das leis que foram aprovadas nesta Casa muita polêmica não existia”.
Requerimentos
Dois requerimentos de autoria do vereador Carlos Zoel – Cazoel (PP) tratam a cerca do uso de combustíveis pelo município. Ambos foram aprovados, mas receberam votos contrários de Edimar Dias, Túlio e Joilma.
O primeiro requerimento convoca o gerente do Posto Trevo para numa reunião interna prestar esclarecimentos acerca do fornecimento de combustível no município. O outro convoca João Filho – responsável pelo abastecimento e Almir Rogério, funcionário do setor de compras do município.
A reunião aconteceu na sexta-feira (16), mas o gerente do posto não compareceu.
Indicação
Também de autoria do vereador Carlos Zoel, pede que seja denominada de Rua Antônio Coelho Nogueira, a terceira rua do loteamento Setor Aeroporto, por ter sido ele “um dos fundadores do município de Fortaleza dos Nogueiras”, diz o vereador na justificativa da indicação.
Uso da palavra
Não se pronunciaram na tribuna os vereadores Zé Magno, Joilma Santos e Edimar Dias.