Há 10 meses sem água comunidade Novo Acordo reclama em sessão da câmara de FN

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Parlamentares debatem a respeito e vereador Cazoel diz que é falta de boa vontade do governo municipal para resolver o problema

Abaixo assinado: Comunidade após entregar ao presidente o documento reivindicando a solução.

 

A sessão era solene, mas foi desnorteada ao ser abordado o assunto da falta de água no povoado Novo Acordo da Região Crueira. Pessoas da comunidade estiveram presentes na Casa pedindo intercessão dos parlamentares para ajudá-los a resolver o problema.

Eles entregaram ao presidente Antônio Félix (PSL) um abaixo assinado pedindo a resolução da problemática, que segundo os moradores já completa dois meses que a população está sem água.

Isto desencadeou o debate entre os parlamentares acerca de saber o que de fato está ocorrendo que incide na falta de água na localidade, bem como o que fazer para solucionar o problema.

O vereador Gesmar Nogueira (PSDB) ficou “surpreso” com a população da localidade Novo Acordo “estar fazendo uma reclamação assim tão demorada”, em virtude de já estar há dez meses sem água, conforme eles mesmos enunciaram na sessão.

Carlos Zoel – Cazoel (PP) disse que continuará “cobrando na tribuna, nas redes sociais para as pessoas saber como as coisas estão largadas, estão abandonas. Não é só o Novo Acordo que está com esse problema”. E citou algumas localidades, que segundo ele também sofrem com a falta de água: “Temos o Campo Largo, que tem a bomba, o poço, mas falta a caixa. Vai fazer dois anos que está sem água lá por causa de uma caixa d’água; no Sitio do Meio tiraram a bomba para um reparo e, nunca mais foram lá; nos Altos está a mesma coisa, tiraram a bomba, após 6 meses colocaram novamente e deu problema, e lá está sem água de novo, trouxeram [a bomba] para arrumar, falei com o Cutia [Gilmar Brito, que trabalha com perfuração de poços artesianos], ele disse que terminou a licitação [o contrato dele], e que perdeu muito naquele tempo, porque não pagam, como sempre, não adianta mentir. É igual esta que está lá, é falta de dinheiro, por que não paga. Falta de dinheiro não, falta de boa vontade. Quem acompanha a câmara, a prestação de contas, sabe o quanto foi gasto com conserto de bomba em 2017”.

O vereador Edimar Dias (PHS) classificou como um “problema crônico” a falta de água no povoado Novo Acordo. O parlamentar entende que há “um problema de água em Fortaleza dos Nogueiras muito grande na cidade, no interior. (…) Sempre digo: vamos fazer para o povo como se estivéssemos fazendo para  nós”. E exemplificou: “Eu estou fazendo um poço na comunidade, estou fazendo na minha residência, é para os meus filhos, é para os meus irmãos. Se todas pensassem assim, investissem assim, não tinha esse problema. Vou dar o exemplo do poço do Novo Acordo, que teve problemas desde a sua fundação, justamente por falta do que estou acabando de dizer”. E dirigindo-se ao povo deu sua palavra e pediu aos demais vereadores para “assumir junto com a comunidade essa dificuldade, conversando com o gestor; tem de procurar um jeito, porque é problema sério. Lamento a situação e reconheço que vocês estão certos [em reivindicar] e que não merecem passar por isso”.

Opiniões acerca da resolução do problema de água: Vereador Edimar Dias entende que tudo seria muito mais fácil se os gestores fizessem obras como se estivessem fazendo para si mesmos, em sua casa; Carlos Zoel vê como falta de boa vontade para resolver o problema.

Para o vereador Renato Arruda (PRP) o poço do povoado não presta. “Se não abrir um poço novo lá no Crueira não dá certo. Aquele lá pode botar dez bombas, que dá problema. O prefeito disse que vai fazer esse poço lá. Se ele não fizer, eu vou botar meu caminhão velho pipa para colocar água para vocês ao menos beberem”, garantiu o vereador.

“Estou ao lado de vocês, estou sempre cobrando. Quando vocês me procuram eu não fico de braços cruzados, tanto eu como o vereador”, disse a vereadora Joilma Santos (PSDC). “Mas a resposta é: a bomba está lá, mas não está tendo dinheiro para pegar. Chegou a esse outro ponto em que ele [o prefeito] disse que vai fazer outro poço. Pois vocês sabem que foi arrumado lá, mas com pouco tempo que foi colocado a bomba deu problema novamente”.

De volta à tribuna o vereador Gesmar Nogueira informou que, via aplicativo de mensagem WhatsApp falou com o dono da empresa responsável pelo poço da localidade e ele o informou que “na próxima semana acha que resolve. Então peço a vocês que  estejam aqui segunda-feira [18] novamente, que eu me comprometo que estará aqui alguém da prefeitura para dar alguma satisfação”. O parlamentar não crê na perfuração de um novo poço. “Essa história de dizer que vai fazer um poço é história de trancoso [inverídica], porque ninguém faz um poço em oito dias não; primeiro porque é muito caro. Na região de vocês não tem nenhum com menos de 250 metros, então é história para boi dormir”.

Divergência: Gesmar Nogueira diz que são necessários oito dias para a feitura de um poço artesiano, Túlio afirma que não é preciso mais do que um ou dois dias.

Mas o vereador João Fernando – Tulio (PTB) contestou o prazo para se fazer um poço. “Se for possível ele [prefeito] fazer um novo poço, não precisa de uma semana não, precisa de um ou dois dias. Depende da máquina, pois eu fiz um agora, de dez da manhã a três da tarde, com 120 metros e vazão de 50 mil litros”. Túlio enfatizou ainda que “amanhã mesmo [dia 13]” estará com o prefeito e vai falar sobre o poço e “vou passar para ele que tem essa empresa que fez esse poço para mim; tenho certeza que ele vai tirar vocês do sufoco, porque ele é humano”. O parlamentar também garantiu ajudar com seus próprios recursos. “Se for só a bomba eu posso ajudar a comunidade com o pagamento do meu bolso mesmo”.

O presidente da Casa acordou com os vereadores para no dia seguinte [dia 13] entregarem o abaixo assinado para o prefeito.

Acerca da problemática de água do povoado o presidente falou com o responsável pelo reparo na bomba e, este lhe informou que “o orçamento foi feito, passado para a prefeitura, mas que até o momento ninguém o procurou para autorizar o serviço”.

E Félix seguiu apontando algumas inércias na administração:

Iluminação pública – “Nossa cidade está no escuro”.

Meio ambiente. “Está jogado, estão esquecendo-o. Pode-se dizer: a secretaria não tem dinheiro. Mas tem o apoio e, quando não tem dinheiro e a boa vontade, funciona. A gente ver que a Secretaria de Meio Ambiente está muito parada”.

Transporte escolar. “Me refiro aos ônibus amarelos. As aulas foram paradas em dezembro e eles continuam no mesmo lugarzinho. É a mesma coisa da bomba do poço – um prazo muito curto para recupera essa frota; as aulas começam dia 18, próxima segunda-feira.

Limite territorial do município. “Temos uma questão muito séria, a da divisa de nosso município com Formosa da Serra Negra. Nós estamos faltando 964 habitantes para a prefeitura sair de 0.8 para ir para 1.0” no que diz respeito ao aumento do FPM. “Temos até setembro deste ano para resolver essa situação. Isso incidirá num aumento de 200 a 250 mil reais no FPM”.

Também esteve presente na sessão o vereador de Formosa da Serra Negra, Valneis. Ele fez um discurso inflamado falando sobre a desatenção do governo Flávio Dino para com a MA 006 e convidando os vereadores para juntos lutarem em prol da recuperação da MA, deslocando-se até o Palácio do Leões e exigindo do governador providências urgentes.

 

 

 

 

 

 

 

 

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Alex de Brito Limeira é jornalista e escritor. Esteve sete vezes entre os melhores novos escritores do país em concursos literários promovidos por casas editoriais de São Paulo e Rio de Janeiro. Em Abril de 2011 lançou o romance O Crime da Santa. Foi repórter no jornal Folha do Maranhão do Sul, em Carolina – MA; Instrutor autônomo de redação discursiva e dissertativa. Em Fortaleza dos Nogueiras é pioneiro na comunicação social - jornalismo, ao fundar, editar e apresentar o Jornal da Cidade, na rádio Cidade FM de 2003 a meados de 2004. Foi âncora do Jornal da Cidade na antiga TV Cidade, editor e apresentador do jornal de mesmo nome na Rádio Cidade FM. Fundou a Gazeta Sul Maranhense (Fortaleza dos Nogueiras e região) e o site Gazeta OnlineG, que está em plena atividade. Em dezembro de 2022 torna-se um dos vencedores do desafio de criação de micro contos com o limite máximo de 150 caracteres e passa a compor a coletânea SEJA BREVE, SENÃO EU CONTO da Editora Oito e Meio de Flávia Iriarte - Rio de Janeiro.