Em confraternização da Família Nogueira, texto de Diogo Rossi evidencia contribuições extremamente relevantes da família para a formação do município

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No final de 2018, sábado, 22, a Família Nogueira confraternizou com familiares e amigos. Regado a boa comida, bebida e música ao vivo de excelente qualidade, o encontro que reuniu a família que dá nome à cidade propiciou abraçar parentes que moram distante e amigos queridos.

Durante todo o dia os Nogueiras relembraram histórias e comungaram de muitas coisas saudáveis que vivenciaram e vivenciam, que só quem tem família sabe entender e admirar.

Família Nogueira – marco para a cidade, como atesta o texto de Diogo Rossi (abaixo) ao explanar a trajetória da família e seu advento nas terras que mais tarde seriam a Fortaleza dos Nogueiras, que hospitaleira acolhe todos que aqui chegam.

BIOGRAFIA DA FAMÍLIA NOGUEIRA

A história de Fortaleza dos Nogueiras/MA tem início no começo do século, mais precisamente em 1900, quando a família Nogueira, procedente do município maranhense de Curador, que hoje se chama de Presidente Dutra, aqui se estabeleceu, adquirindo uma fazenda onde desenvolveu o cultivo da cana-de-açúcar, arroz e algodão, a criação de gado bovino e a construção de pequenas agroindústrias. A família, no momento da mudança, estava constituída por dona Joaquina Nogueira e seus filhos Zeferino, Israel Manoel, e Martinho, pois o pai, João Nogueira, já havia falecido.

De acordo com descendentes da família, residentes no município, a denominação de “fortaleza” deve-se à sua posição geográfica, entre serras, configurando um “forte”. Levando-se em conta que a família era oriunda do Ceará e fizeram uma analogia a Fortaleza dos Ceará que também é uma cidade entre serras.

A fazenda se implantou na área que é atualmente, a sede municipal. Suas terras foram divididas em três partes: a das Aroeiras, de propriedade de Zeferino, o mais velho dos irmãos, que instalou ali o primeiro Engenho, onde produzia cachaça e rapadura. Hoje, corresponde à área que vai do Beco da Cândida até o Riacho Mosquito; a segunda, de propriedade de Israel, é hoje a área que vai do Beco da Cândida até o Beco do Luizinho Carneiro e corresponde, exatamente, ao atual centro da cidade; a terceira, de propriedade de Martinho, compreende a faixa de terra que vai do Beco do Luizinho ao Vão do Anísio.

O Engenho, construído por Zeferino, foi comprado pelo seu irmão Israel, que o transformou em uma Fábrica de Açúcar, Álcool, Cachaça e rapadura. Por outro lado, Martinho que trabalhava com agricultura, construiu uma Fábrica de Beneficiamento de Algodão, “puxada” a bois, e que levava o nome de “bulandeira”.

Não só as atividades produtivas, mas também as comerciais, foram, durante muito tempo, monopolizadas pela família Nogueira, principalmente aquelas ligadas à comercialização do algodão beneficiado, que era vendido para fábricas de Caxias, município que fica à margem do rio Itapecurú. O transporte desse produto era feito no lombo de burros até o município de Balsas, de onde saiam em pequenas embarcações de madeira, denominadas “balsas”, pelo rio que leva o mesmo nome, até o rio Parnaíba, com destino a Teresina, capital do estado do Piauí. Daí, era transportado de trem, pela ferrovia São Luis – Teresina, até Caxias. De lá, após a venda de algodão, partiam para São Luís onde, no então movimentado comércio da Praia Grande, compravam mercadorias para fazerem a troca por algodão, em Fortaleza dos Nogueiras.

A fazenda cresceu com a plantação de algodão e com a lavoura de cana-de-açúcar, com o engenho que produzia cachaça e rapadura, e, depois, com a fábrica de açúcar e a de beneficiamento de algodão, com as atividades comerciais e a pecuária bovina, que já naquela época vinha experimentado um processo de franca expansão.

Esses fatores conjugados atraíram mão-de-obra, contribuindo para o aumento populacional.

Embora ocorrendo crescimento populacional e econômico, decorrente do desenvolvimento das atividades agropecuárias e da produção de uma iniciante indústria, o fator que mais contribuiu para o desenvolvimento da antiga fazenda, foi a construção, por volta de 1927, da Rodovia Sertaneja, que ia de Barra do Corda até Carolina, passando por Fortaleza dos Nogueiras.

A construção dessa rodovia, por indicação do então governador do Estado do Maranhão, Magalhães de Almeida, foi administrada por Martinho Nogueira, Ovídio Coelho e Odolpho Medeiros, nomes de destaque, respectivamente, em Fortaleza dos Nogueiras, Balsas e Carolina.

Além dos Nogueiras, aos poucos foi-se destacando como liderança emergente, Raimundo Braúna, natural da cidade maranhense de Pastos Bons. Já residindo em Barra do Corda, foi convidado por Manoel Nogueira, qual o seu parentesco com a matriarca, em 1923, para trabalhar como caixeiro em seu comércio, vindo mais tarde a torna-se genro deste, ao casar-se com sua filha Luiza (D. Lulu).

Em 1930, Raimundo Braúna conseguiu que Fortaleza dos Nogueiras fosse elevada à categoria de Vila, assumindo, a partir daí a liderança política, uma vez que os irmãos Nogueiras já haviam falecido. Quando a Vila já havia passado a Distrito de Riachão, Raimundo Braúna foi indicado para o cargo de Vice-Prefeito de Luso Rocha, prefeito desse município.

Em 1962, atendendo a uma reivindicação de Raimundo Braúna, o Distrito de Fortaleza dos Nogueiras foi transferido em município, através da Lei nº 2.155/61, de 23 de dezembro, sancionada pelo então Governador do Maranhão, Dr. Newton Bello, o qual nomeou Artur Coutinho para Prefeito do novo município, exercendo o cargo por um ano.

Em 03 de outubro de 1962 Raimundo Braúna foi eleito prefeito de Fortaleza dos Nogueiras sendo, portanto, o primeiro a assumir o cargo no município, através do voto popular.

Convém ressaltar que a família Nogueira muito contribuiu para a criação do Município, onde fez doação para diversos logradouros públicos visando o crescimento do Município, tais como praças, avenidas, aeroporto, cemitério etc. inclusive o terreno para construção da Igreja do Menino Jesus, Atual Igreja Matriz.

A Família Nogueira iniciou a participação na política através do Sr. Aristeu Nogueira – primeiro vereador da Família. Depois o membro da família Jesumar Nogueira também teve representação do legislativo.

Depois de algumas tentativas ao executivo, somente em 2004 foi eleito prefeito o Sr. Eliomar Nogueira que administrou de 2005 a 2008. Tentando a reeleição, não fora sucedido, mas na outra legislatura novamente concorreu em 2012 e fora eleito; administrou de 2013 a 2016. Antes, em momentos mais recentes, tiveram representação no Legislativo com o Vereador Grandão por quatro mandatos e atualmente temos o vereador Gesmar Nogueira.

É importante destacar que a pesquise que se fez da realidade do município com membros da família e pessoas que aqui residem ou residiram e conviveram com os fundadores desde lugar, infundiram qualidade às informações utilizadas neste relato, emprestando-lhe a força do conhecimento que só a vivência pode oferecer. Exemplo disso são a maioria dessas informações prestadas pelo Tem. Nogueira que residia nesta casa e que muitas tardes ficavam com ele nesta varanda conversando e colhendo informações a respeito da família, dada a importância que achava para a história do nosso Município.

Aproveito a oportunidade para agradecer a todos da família e dizer da beleza e importância do envolvimento de todos para que esse dia fosse tão lindo e importante como está sendo.

Felicidade a todos e, vamos aproveitar!

 

 

 

 

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Alex de Brito Limeira é jornalista e escritor. Esteve sete vezes entre os melhores novos escritores do país em concursos literários promovidos por casas editoriais de São Paulo e Rio de Janeiro. Em Abril de 2011 lançou o romance O Crime da Santa. Foi repórter no jornal Folha do Maranhão do Sul, em Carolina – MA; Instrutor autônomo de redação discursiva e dissertativa. Em Fortaleza dos Nogueiras é pioneiro na comunicação social - jornalismo, ao fundar, editar e apresentar o Jornal da Cidade, na rádio Cidade FM de 2003 a meados de 2004. Foi âncora do Jornal da Cidade na antiga TV Cidade, editor e apresentador do jornal de mesmo nome na Rádio Cidade FM. Fundou a Gazeta Sul Maranhense (Fortaleza dos Nogueiras e região) e o site Gazeta OnlineG, que está em plena atividade. Em dezembro de 2022 torna-se um dos vencedores do desafio de criação de micro contos com o limite máximo de 150 caracteres e passa a compor a coletânea SEJA BREVE, SENÃO EU CONTO da Editora Oito e Meio de Flávia Iriarte - Rio de Janeiro.