Na sessão de ontem, 19, o presidente Antônio Félix (PSL) usou a tribuna para externar seu descontentamento para com o governo municipal. “A gente fica indignado com as atitudes do governo”. E disparou: “Está aí a consideração que o executivo, os secretários e alguns diretores têm para conosco. Se faz um requerimento e não é atendido. Eles levam esta Casa como se fosse a casa da mãe Joana”. Félix esclareceu que “não está falando por questão partidária, mas estritamente sobre o que está acontecendo para com a Casa”.
Questionamentos
Antônio Félix enunciou também que ver o prefeito andar [em busca de benefícios], “mas do que adianta ir buscar e ficar jogado? Cadê os tratores? Cadê o tanque de resfriamento, que chegou em setembro? Do que adianta ir buscar e não ter alguém aqui para fazer sua parte? Estou falando aqui daqueles que estão devendo, no caso”.
E chamou atenção para a ponte do Riacho Anjos, que “queimou em outubro”. Contou que em um dado tempo, estava presente ele, “o prefeito, secretário de infraestrutura e os dois fabricantes da ponte”, quando o gestor mandou que “fizesse um processo à parte [para resolver tal questão]. E até hoje, nem processo e nem nada”.
Félix disse ainda que ele e a vereadora Maria José (PSD) conseguiram a madeira para a fabricação da ponte, mas para “não gerar problemas políticos”, não aceitaram.
Caixa d’água e matadouro público
“Eu recordo muito bem, quando o prefeito, Aleandro Passarinho, em sua posse reclamou de um ventilador numa escola, que tinha poeira e, passaram-se dez meses uma caixa d’água no chão lá na Lagoa Feia”, enfatizou o parlamentar, perguntando a seguir: “Qual o mais importante? Uma água limpa, de qualidade ou um ventilador na parede sujo de telha de aranha, cuja culpa é do zelador e da direção da escola que não alertou a pessoa responsável para fazer a limpeza?”.
E sobre o matadouro declarou que na “gestão passada todos sabem da denúncia feita pelo atual secretário de agricultura [quando era vereador]. Mas Deus é justo e, onde ele foi ficar hoje? Responsável pelo matadouro. Está com 15 meses de governo. Procura-se já foi colocado um grama de cimento lá; as porteiras do curral estão todas quebradas”.
Eleição de direção de escola
O parlamentar explicou que na localidade Altos não deu coro. Mas a secretária [de Educação] pegou o candidato não eleito para fazer o papel de diretor. A diretora continua na folha. Quer dizer: estão pagando dois salários. Desta forma está a Eliana Nogueira, Tia Anália e Creche São José”.
Disparidade de salário
Félix denunciou que “tem funcionário concursado, como agente administrativo, que tem mais de 25 anos de serviço e, ganha R$ 1000, 1100; tem outros [auxiliar administrativo] que entraram em outubro com salário de R$ 1479; novembro recebeu R$ 1890; dezembro, R$ 1990; janeiro R$ 2110 e, é contratado, não é concursado”.
Ele também disse que professor nível 1 “em novembro, recebeu R$ 1149,40; em dezembro, R$ 1149; janeiro pulou para R$ 2110; diretor de departamento – de abril a novembro, salário de R$ 1500; janeiro, pulou para 2110”. E pontuou: “Isso é uma vergonha para nós vereadores e, mais ainda para o sindicato, que só briga quando acha a briga, mas não vai procurar o direito do funcionário”.
E arrematou: “O que me deixa indignado é que na semana passada, para ver este problema eu fui quatro vezes à prefeitura, a última foi quarta-feira às 12h45 quando eu saí desta Casa e, o secretário de administração me deu uma resposta, que não vou falar para vocês, por educação. E é indignante, porque se vai procurar para resolver o problema, mas não querem, tem de deixar vir à tona”. E “quando se tenta o contato com o gestor a gente fica sem resposta”.
Ainda sobre a folha de pagamento declarou: “Se for feita a correção, vai sobrar dinheiro para fazer estrada, fazer açude; vai sobrar dinheiro para arrumar os ônibus, que estão correndo atrás de peças velhas recondicionadas há oito anos”.
“Ah, não tem dinheiro!”, disse Félix referindo-se a uma das constates alegações do prefeito. “Mas está aqui”, disse apontando para a cópia da folha de pagamento em suas mãos. “Tem funcionário que mora em Goiânia e está recebendo; tem funcionário que foi lotado no dia 01 de janeiro de 2017, nunca pisou no serviço, tá recebendo, eu provo”. E finalizou: “O dinheiro que está entrando no município não está sendo bem aplicado, está sendo distribuído em folha de pagamento”.