Vereadores discutem transporte escolar e concurso público

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E presidente da Casa ratifica que o problema da administração é de gestão

Diferente de todas as sessões, o vereador João Fernando – Túlio (PTB) foi o primeiro a usar a tribuna. Ele referiu-se ao transporte escolar a partir de um abaixo assinado dos moradores da localidade Até Ver e Malhada que está atendendo infimamente as regiões. “Vamos procurar o prefeito para resolver esses problemas. Nunca fui de promotoria e, quero encerrar minha vida pública sem dar parte de ninguém”, afirmou o vereador.

E as discussões ancoraram-se, sobretudo em transporte escolar e também acerca do resultado do concurso público, divulgado na quarta-feira (24).

Edimar Dias ladeado por Gesmar Nogueira e Carlos Zoel (a direita): Parlamentar faz prévia sobre as contas do gestor que estão em análise na Casa.

Alguns parlamentares enunciaram que muitos dos candidatos questionam e têm dúvidas quanto aos critérios de aprovação e classificação do certame. Ao que o vereador Gesmar Nogueira (PSDB) aconselhou: “Quem fez o concurso e se sentiu prejudicado tem que recorrer à justiça”. Citou que reclamação das pessoas é constante. “Meu WhatsApp não para. O desliguei domingo, quando o liguei hoje [segunda-feira] tinha 496 mensagens. Destas, 96 são pessoas reclamando do concurso. Informações que me chegam dizendo: eu fiz 38 pontos, fulano de tal fez 15 e tá na minha frente, mas tem de ter prova. Se alguém chegar para mim com a prova na mão dizendo que foi prejudicado, eu oriento, posso até ir junto”.

O vereador Zé Magno (PCdoB) nada manifestou a respeito, mantendo-se mais uma vez calado. Tal qual a vereadora Joilma Santos (PSDC), que não usou a tribuna e interveio na fala de Gesmar, participando quando ele informou que “o governo do Estado vai disponibilizar um cirurgião, um anestesista e um enfermeiro para Fortaleza, São Raimundo das Mangabeiras e Riachão”.

Ainda sobre saúde o vereador mencionou a falácia de que Dra Sheila, a qual atende no posto de saúde do bairro Tezidela, tinha sido exonerada em virtude de denúncias de vereadores. Mas Gesmar contou que ao conversar com ela recentemente num restaurante em Balsas, ela o afirmou que “não foi exonerada”. “Pedi demissão porque eu estava pagando para trabalhar. Além de ganhar pouco estava tendo certa morosidade no pagamento. Então isso prova que eles estavam mentindo”, afirmou o vereador.

Em se tratando de educação, em vídeo abaixo Gesmar diz que é “estado de calamidade o transporte escolar”, de Fortaleza dos Nogueiras.

O vereador Carlos Zoel – Cazoel (PP) relatou a audiência pública que tratou do transporte escolar, ocorrida na semana passada. “Marcaram a audiência para as quatro horas da tarde, os motoristas começam trabalhar às cinco, como era que eles iriam para essa audiência no horário de serviço deles?”, questionou.

Cazoel disse que o prefeito assumiu os erros e desmanados em relação ao transporte escolar, mas nas redes sociais nada foi publicado a respeito.

E numa discussão a respeito do concurso público, o vereador Cazoel disse que o prefeito esteve na Casa quando da organização do edital para realização do certame e ele o questionou acerca do número de vagas, que segundo o parlamentar são ínfimas, sobretudo para professor, ao que o prefeito disse “que se não forem suficientes há os excedentes. E veio o resultado do concurso com o número de aprovados, o número para chamar depois e, tem lá: eliminado. Isso dará problema, pois vão aposentar até julho do ano que vem, 48 professores e, quem vai cobrir essas vagas? Ou vem aqui para a câmara para autorizar contratar? E depois vai dizer que não contratou porque a câmara não autorizou”.

Todavia, a partir desta fala de Cazoel desencadeou questionamentos a respeito da legalidade e critérios de avaliação do certame. O vereador Edimar Dias (PHS) indagou: “Os eliminados é porque não tingiram 50% da prova?” “Não”, responderam Maria José e Cazoel. “Tem gente que está eliminado tendo tido um aproveitamento acima de 50%”, retrucou a vereadora. “O certo é eliminar o concurso”, bradou Túlio. “Acho que nós temos de sentar com o prefeito enquanto é tempo. Por que não convidar ele aqui na câmara para debatermos esses assuntos enquanto está em tempo hábil?”, sugeriu Maria José.

Dias disse que falou com o pessoal da empresa e lhe foi “informado que este é resultado preliminar e período para recurso”.

Maria José ainda lembrou que “tem gente que está em primeiro e segundo lugar e não vai assumir e, vai ficar descoberto gastando dinheiro público e a vaga não ser preenchida?! Nós como fiscalizador do órgão público temos que tomar providência”.

“Vereadora, você disse que fulano passou em primeiro e segundo lugar e não vai assumir, mas a empresa não sabe se esse povo não vai assumir”, observou Túlio.

“Pois então nós como fiscalizadores é quem temos de tomar as providências”, respondeu Maria José.

E em sua fala na tribuna, a vereadora enfatizou a problemática do transporte escolar e disse “que está virando brincadeira”. Citou que na zona rural – localidade Cajueiro “Não teve um dia de aula na semana santa. E na quinta-feira a mesa diretora mandou ofício para a promotoria relatando a respeito; na segunda-feira o prefeito foi notificado e na terça já tinha carro na escola. Por que pressão se tem que funcionar as coisas?

Mudando o foco do debate, o vereador Edimar Dias, ao falar sentado em sua poltrona referiu-se às contas do gestor que já estão na Casa. Ele disse que apenas está “dando seu raciocínio” isso para “que na frente quando terminar de analisar as prestações de contas, vamos dar nosso relatório particular do que entendemos sobe isso aí. (…) Mostrar para o povo nesta Casa o que está acontecendo com o dinheiro público”.

O presidente da Casa, Antônio Félix e a vereadora Maria José relataram acerca da marcha dos vereadores ocorrida em Brasília na semana passada. Na oportunidade eles solicitaram ao deputado Edilázio Júnior emenda para instalação de uma mine usina de pasteurização de leite com capacidade para 1000L/hora, incluindo equipamentos, galpão e um caminhão tanque com capacidade para 7000L/hora.

Os parlamentares justificaram a solicitação pontuando que o município possui um grande número de pequenos produtores de leite, que acabam perdendo a oportunidade de comercializar seu produto por falta dessa estrutura.

Eles também solicitaram recursos para município ao deputado Aluísio Mendes.

Fazendo um relato da sessão o presidente enfatizou que o gestor sempre reclama da falta de recursos, mas dentre “as 14 cidades da regional de Balsas, temos duas que não se fala em crise – Balsas e São Pedro dos Crentes”, observa Antônio Félix. “Fortaleza dos Nogueiras parou no tempo de outubro para cá. Então se Balsas, que é a maior está produzindo; São Pedro dos Crentes, a menor, está a todo vapor; o que está acontecendo aqui? Creio que é gestão”.

Requerimento

De autoria do vereador Carlos Zoel, documento foi aprovado por unanimidade e pede a presença de Jonas Muller para explicar acerca da função que foi aprovado em concurso público.

R.: O vereador Renato Arruda (PRP) participou da sessão, mas ausentou-se antes do término porque sentiu-se mal. O vereador se recupera após ter realizado dois cateterismo.

 

 

 

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Alex de Brito Limeira é jornalista e escritor. Esteve sete vezes entre os melhores novos escritores do país em concursos literários promovidos por casas editoriais de São Paulo e Rio de Janeiro. Em Abril de 2011 lançou o romance O Crime da Santa. Foi repórter no jornal Folha do Maranhão do Sul, em Carolina – MA; Instrutor autônomo de redação discursiva e dissertativa. Em Fortaleza dos Nogueiras é pioneiro na comunicação social - jornalismo, ao fundar, editar e apresentar o Jornal da Cidade, na rádio Cidade FM de 2003 a meados de 2004. Foi âncora do Jornal da Cidade na antiga TV Cidade, editor e apresentador do jornal de mesmo nome na Rádio Cidade FM. Fundou a Gazeta Sul Maranhense (Fortaleza dos Nogueiras e região) e o site Gazeta OnlineG, que está em plena atividade. Em dezembro de 2022 torna-se um dos vencedores do desafio de criação de micro contos com o limite máximo de 150 caracteres e passa a compor a coletânea SEJA BREVE, SENÃO EU CONTO da Editora Oito e Meio de Flávia Iriarte - Rio de Janeiro.